A
abordagem empírica de campo ou “dos efeitos limitados” procurou estudar os
fatores de mediação existentes entre os indivíduos e os meios de comunicação de
massa. Essa teoria é composta de duas correntes:
a) Estudo da composição diferenciada
dos públicos e dos seus modelos de consumo de comunicações de massa.
b) Pesquisas sobre a mediação social
que caracteriza o consumo: a percepção de que a eficácia dos mass media só é
susceptível de ser analisada no contexto social em que funcionam.
Essa teoria, mais atenta à
complexidade dos fenômenos, deixa de salientar a relação causal direta entre
propaganda de massas e manipulação de audiência para passar a insistir num
processo indireto de influência em que as dinâmicas sociais se intersectam com
os processos comunicativos.
O objeto de estudo dessa teoria era,
como os demais, os mass media, mas, especificamente dentro dos processos
gerados a partir de sua presença, aqueles relacionados aos processos de
formação de opinião. É, ainda, inegável a contribuição dessa teoria para o
desenvolvimento do modelo do two-step flow - a descoberta dos líderes de
opinião e do fluxo de comunicação em dois níveis. O avanço destas descobertas é
que elas demonstram que os efeitos não podem ser atribuídos à esfera do
indivíduo, mas à rede de relações - é a noção do enraizamento dos processos e
de seu caráter não-linear que começa a tomar corpo. Até então, a audiência era
concebida como um conjunto de classes etárias, de sexo, de casta, etc, e
pensava-se que as relações informais entre as pessoas não influenciavam o
resultado de, por exemplo, uma campanha propagandística.
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